domingo, 6 de novembro de 2011

Toujours un bon choix

Desabafos...

   O momento tem uma duração limitada no tempo. Tem um início e, fatalmente, acaba por ter um fim. O segredo está em aperceber-mo-nos, atempadamente, da sua existência para poder fruí-lo na sua complexidade.

    Nada é 100% coisa nenhuma, o espaço de tempo que constituí "o momento" contêm em si maiores ou menores idiossincracias que nos permitem, ou  não, reconhecê-lo como tal e aproveitar ao máximo as suas potencialidades. Claro que, como bons humanos que somos, a maior parte das vezes, estamos demasiado envolvidos/ocupados para conseguir ter essa percepção; resta-nos reconhecê-lo à posteriori ou desenvolver capacidades que nos permitam viver o momento: Carpe Diem!

   "Foi", "era", "não sei", palavras que tantas e tantas vezes nos assaltam quando, obrigados a parar, qualquer que seja a razão, nos encontramos frente a frente com o nosso EU.

   Tudo se resume ao conhecimento, melhor dizendo, ao desconhecimento! O encantamento vem das pequenas descobertas que vão sendo feitas, do levantar do véu... o desencantamento, esse, surge com as descobertas de fundo, morre com as intransigências do dia- a-dia, da estafada rotina que nos satura e tolda a visão outrora cor-de-rosa.

   O "para sempre" vai rapidamente envelhecendo, ficando cada vez mais intransigente e subitamente surge a gota de água... o champanhe transforma-se em vinho de mesa barato, azeda, vira vinagre; qual castelo de cartas frente a um espirro, tudo desaba como se nunca tivesse sequer existido. Por momentos assistimos ao entre-chocar das várias memórias construídas, salvados à deriva no nosso coração.

    Um dia a água baixa, vamos dar à praia: cobertos de areia, algas agarradas ao cabelo, salgados, empestados com o cheiro a maresia... mas a respirar, vivos... sobrevivos!

   Ponto de viragem!

   Levantar, sacudir a areia e descobrir o que nos rodeia?... / Permanecer como naufrago deitado no rebentamento das ondas?...


http://d30opm7hsgivgh.cloudfront.net/upload/16330813_5GNyJwMd_b.jpg

  

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Chove...

chove
e vão passando os dias, estupidamente desaproveitados, carregados de um cansaço que me obriga a nadar,  a boiar para evitar afogar-me e sucumbir ao desespero que é gostar mas não conseguir aceitar tudo; gostar mas ter de ser racional e perceber que merecendo mais não me posso contentar com menos... que não interessa a falta que me fazem os abraços envolventes, os beijos 
sentidos ou o ombro para chorar porque há quem não consiga dar mais, porque há quem não queira sequer perceber o que pode dar, quem não queira abdicar de nada para me ter...
olho por entre as lágrimas e percebo, ao fundo, ténue, muito ténue, um arco-íris!...

domingo, 18 de setembro de 2011

E é assim!



valores corporativos

 

 

ambição . arte . avaliação . bem-comum . cidadania . comunidade . conhecimento . cooperação credibilidade . cultura . diálogo . diversidade . educação . estudantes . ética . exigência . futuro geração . igualdade . inclusão . inovação . integridade . intermultidisciplinariedade . lealdade modernidade . motivação . mudança . oportunidade . participação . partilha . património pluralidade . qualidade . respeito . responsabilidade . rigor . serviço . sociedade . sustentabilidade .  talento . tradição . universalidade . valor . visão   

Caloira!









































 A saga recomeça, segunda filha CALOIRA! 

Bem vindo à Universidade de Aveiro
Alunos da UASe foi um dos candidatos que obteve colocação na primeira fase de candidaturas ao ensino superior na Universidade de Aveiro saiba que escolheu uma universidade inovadora, com um campus de arquitetura e funcionalidades reconhecida e com uma equipa docente de excelência. Os próximos passos serão a deslocação a Aveiro, conhecer o campus e concretizar a sua matrícula.









terça-feira, 5 de julho de 2011

O Poder do Mito - Joseph Campbell


MOYERS: Por que mitos? Por que deveríamos importar nos com os mitos? O que eles têm a ver com minha vida?

CAMPBELL: Minha primeira resposta seria: “Vá em frente, viva a sua vida, é uma boa vida – você não precisa de mitologia”. Não acredito que se possa ter interesse por um assunto só porque alguém diz que isso é importante. Acredito em ser capturado pelo assunto, de uma maneira ou de outra. Mas você poderá descobrir que, com uma introdução apropriada, o mito é capaz de capturá-lo. E então, o que ele poderá fazer por você, caso o capture de fato? 
...
MOYERS: Através da leitura de seus livros – The Masks of God e The Hero with a Thousand Faces – vim a compreender que aquilo que os seres humanos têm em comum se revela nos mitos. Mitos são histórias de nossa busca da verdade, de sentido, de significação, através dos tempos. Todos nós precisamos contar nossa história, compreender nossa história. Todos nós precisamos compreender a morte e enfrentar a morte, e todos nós precisamos de ajuda em nossa passagem do nascimento à vida e depois à morte. Precisamos que a vida tenha significação, precisamos tocar o eterno, compreender o misterioso, descobrir o que somos.
CAMPBELL: Dizem que o que todos procuramos é um sentido para a vida. Não penso que seja assim. Penso que o que estamos procurando é uma experiência de estar vivos, de modo que nossas experiências de vida, no plano puramente físico, tenham ressonância no interior de nosso ser e de nossa realidade mais íntimos, de modo que realmente sintamos o enlevo de estar vivos. É disso que se trata, afinal, e é o que essas pistas nos ajudam a procurar, dentro de nós mesmos.
MOYERS: Mitos são pistas?
CAMPBELL: Mitos são pistas para as potencialidades espirituais da vida humana.
MOYERS: Aquilo que somos capazes de conhecer e experimentar interiormente?
CAMPBELL: Sim.
MOYERS: Você mudou a definição de mito, de busca de sentido para experiência de sentido.
CAMPBELL: Experiência de vida. A mente se ocupa do sentido. Qual é o sentido de uma flor? Há uma história zen sobre um sermão do Buda, em que este simplesmente colheu uma flor. Houve apenas um homem que demonstrou, pelo olhar, ter compreendido o que o Buda pretendera mostrar. Pois bem, o próprio Buda é chamado “aquele que assim chegou”. Não faz sentido. Qual é o sentido do universo? Qual é o sentido de uma pulga? Está exatamente ali. É isso. E o seu próprio sentido é que você está aí. Estamos tão empenhados em realizar determinados feitos, com o propósito de atingir objetivos de um outro valor, que nos esquecemos de que o valor genuíno, o prodígio de estar vivo, é o que de fato conta.
MOYERS: Como chegar a essa experiência?
CAMPBELL: Lendo mitos. Eles ensinam que você pode se voltar para dentro, e você começa a captar a mensagem dos símbolos. Leia mitos de outros povos, não os da sua própria religião, porque você tenderá a interpretar sua própria religião em termos de fatos – mas lendo os mitos alheios você começa a captar a mensagem. O mito o ajuda a colocar sua mente em contato com essa experiência de estar vivo. Ele lhe diz o que a experiência é. Casamento, por exemplo. O que é o casamento? O mito lhe dirá o que é o casamento. E a reunião da díade separada. Originariamente, vocês eram um. Vocês agora são dois, no mundo, mas o casamento não é senão o reconhecimento da identidade espiritual. É diferente de um caso de amor, não tem nada a ver com isso. É outro plano mitológico de experiência. Quando pessoas se casam porque pensam que se trata de um caso amoroso duradouro, divorciam se logo, porque todos os casos de amor terminam em decepção. Mas o matrimônio é o reconhecimento de uma identidade espiritual. Se levamos uma vida adequada, se a nossa mente manifesta as qualidades certas em relação à pessoa do sexo oposto, encontramos nossa contraparte masculina ou feminina adequada. Mas se nos deixarmos distrair por certos interesses sensuais, iremos desposar a pessoa errada. Desposando a pessoa certa, reconstruímos a imagem do Deus encarnado, e isso é que é o casamento.
MOYERS: A pessoa certa? Como é que se escolhe a pessoa certa?
CAMPBELL: O coração lhe dirá. É preciso que seja assim.
MOYERS: O ser interior.
CAMPBELL: Eis o mistério.
MOYERS: Você reconhece seu outro eu.
CAMPBELL: Bem, não sei, mas há uma luz que cintila e algo em você lhe diz que é essa a pessoa certa.
MOYERS: Se o casamento é essa reunião do próprio com o próprio, com a base masculina ou feminina de nós mesmos, por que é assim tão precário na nossa sociedade moderna?
CAMPBELL: Porque não é encarado como casamento. Eu diria que se o casamento não é de magna prioridade em suas vidas, vocês não estão casados. O casamento significa os dois que são um, os dois que se tornam uma só carne. Se o casamento dura o suficiente, e se você se amolda constantemente a ele, em vez de ceder a caprichos pessoais, você chega a se dar conta de que isso é verdade – os dois realmente são um.
MOYERS: Um, não apenas biologicamente, mas espiritualmente.
CAMPBELL: Sobretudo espiritualmente. O biológico é a distração que pode conduzi-lo à falsa identificação.
MOYERS: Então a função necessária do casamento, perpetuar a espécie, não é a primordial?
CAMPBELL: Não, isso na verdade é apenas o aspecto elementar do casamento. Há dois estágios completamente diferentes no casamento. Primeiro, quando os nubentes são jovens e seguem o maravilhoso impulso concedido pela natureza, da inter-relação biológica dos sexos, para produzir crianças. Mas chega um tempo em que a criança se emancipa da família e o casal é deixado para trás. Espanta me o número de amigos que se separam aos quarenta ou aos cinqüenta anos de idade. Tinham vivido até aí uma vida perfeitamente satisfatória, juntos, com a criança, mas interpretavam essa união em termos de sua relação através da criança. Não a interpretavam em termos do próprio relacionamento pessoal, de um para com o outro.
Casamento é uma relação. Quando vocês se sacrificam no casamento, o sacrifício não é feito em nome de um ou de outro, mas em nome da unidade na relação. A imagem chinesa do Tão, com a treva e a luz interagindo, mostra a relação entre yang e yin, masculino e feminino, e é isso que vem a ser o casamento. É nisso que vocês se tornam quando se casam. Você deixa de ser aquele um, solitário; sua identidade passa a estar na relação. O casamento não é um simples caso de amor, é uma provação, e a provação é o sacrifício do ego em benefício da relação por meio da qual dois se tornam um.
MOYERS: Então o casamento é intrinsecamente incompatível com a idéia de cada um cuidar dos próprios interesses.
CAMPBELL: Não se trata simplesmente dos próprios interesses, como você vê. De certa maneira, sim, cada um cuida dos próprios interesses, mas acontece que esse um não é apenas você, é a díade reunida em um. Eis aí uma imagem genuinamente mitológica, significando o sacrifício de uma entidade visível em nome de um deus transcendente. Isso é algo que se torna maravilhosamente consciente no segundo estágio do matrimônio, que eu chamo de estágio alquímico – os dois vivendo a experiência de serem um. Se continuarem vivendo como viviam no primeiro estágio do casamento, eles se separarão quando as crianças os deixarem. O papai se apaixonará por alguma garotinha casadoira, cairá fora, e a mamãe se verá a sós com uma casa e um coração vazios, e terá de resolver a coisa por si mesma, com seus próprios recursos.
MOYERS: É por isso que não entendemos os dois níveis de casamento.
CAMPBELL: Vocês não assumem um compromisso.
MOYERS: Supostamente, sim – assumimos um compromisso para o melhor e para o pior.
CAMPBELL: São vestígios de um ritual.
MOYERS: E o ritual perdeu sua força. O ritual, que antes representava uma realidade profunda, virou mera formalidade. E isso é verdade nos rituais coletivos assim como nos rituais pessoais, relativos a casamento e religião.
CAMPBELL: Quantas pessoas, antes do casamento, recebem um adequado preparo espiritual sobre o que o casamento significa? Você pode ficar parado diante do juiz e se casar, em dez minutos. A cerimônia de casamento na índia dura três dias. O par fica grudado.
MOYERS: Você está dizendo que o casamento não é apenas um arranjo social, mas um exercício espiritual.
CAMPBELL: É primordialmente um exercício espiritual, e a sociedade deveria nos ajudar a tomar consciência disso. O homem não devia estar a serviço da sociedade, esta sim é que deveria estar a serviço do homem. Quando o homem está a serviço da sociedade, você tem um Estado monstruoso, e é exatamente isso o que ameaça o mundo, neste momento.
MOYERS: O que acontece quando uma sociedade já não abriga uma mitologia poderosa?
CAMPBELL: Aquilo com que nos defrontamos, no presente. Se você quiser descobrir o que significa uma sociedade sem rituais, leia o Times, de Nova Iorque.
MOYERS: E você descobrirá...?
CAMPBELL: As notícias do dia, incluindo atos destrutivos e violentos praticados por jovens que não sabem como se comportar numa sociedade civilizada.
MOYERS: A sociedade não lhes forneceu rituais por meio dos quais eles se tornariam membros da tribo, da comunidade. Todas as crianças deveriam nascer duas vezes para aprender a funcionar racionalmente no mundo de hoje, deixando a infância para trás. Penso nas palavras de São Paulo, na Primeira Epístola aos Coríntios: “Quando eu era criança, falava como criança, compreendia como criança, pensava como criança; mas quando me tornei um homem, pus de lado toda criancice”.
CAMPBELL: É exatamente isso. Eis o significado dos rituais da puberdade. Nas sociedades primitivas, dentes são arrancados, dolorosas escarificações são feitas, há circuncisões, toda sorte de coisas acontecem, para que você abdique para sempre do seu corpinho infantil e passe a ser algo inteiramente diferente.
Quando eu era criança, nós vestíamos calças curtas, você sabe, calças pelos joelhos. E chegava então o grande momento em que você vestia calças compridas. Quando é que eles vão saber que já são homens e precisam abandonar as criancices?
MOYERS: Os adolescentes que crescem nesta cidade – nas imediações da Rua 125 com a Broadway, por exemplo , de onde é que eles tiram seus mitos, hoje?
CAMPBELL: Eles os fabricam por sua conta. Por isso é que temos grafites por toda a cidade. Esses adolescentes têm suas próprias gangues, suas próprias iniciações, sua própria moralidade. Estão fazendo o melhor que podem. Mas são perigosos, porque suas leis não são as mesmas da cidade. Eles não foram iniciados na nossa sociedade.
MOYERS: Rollo May diz que há tanta violência na sociedade norte-americana, hoje, porque não há mais grandes mitos para ajudar os jovens a se relacionar com o mundo, ou a compreendê-lo, para além do meramente visível.
CAMPBELL: Sim, mas outra razão para este alto grau de violência é que a América não tem ethos.
MOYERS: Explique.
CAMPBELL: No futebol americano, por exemplo, as regras são muito rigorosas e complexas. Se você fosse à Inglaterra, por exemplo, veria que as regras do rúgbi não são assim tão rigorosas. Quando eu era estudante, nos anos 20, havia uma dupla de jovens que formavam uma ala sensacional, especializada no passe de longa distância. Eles foram para Oxford, com uma bolsa de estudos, se inscreveram no time de rúgbi e um dia introduziram o passe dianteiro. E os jogadores ingleses disseram: “Bem, não temos regras para isso, portanto por favor não o façam mais. Não jogamos desse modo.”
O fato é que, numa cultura que tenha se mantido homogênea por algum tempo, há uma quantidade de regras subentendidas, não escritas, pelas quais as pessoas se guiam. Há um ethos ali, um costume, um entendimento segundo o qual “não o fazemos dessa maneira”. 
...
 
 

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Create

Life isn’t about finding yourself. Life is about creating yourself.” – George Bernard Shaw

domingo, 12 de junho de 2011

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Be strong like a pencil...

O lápis


O menino olhava a avó escrevendo uma carta.
A certa altura, perguntou:
- Você está escrevendo uma história?
A avó parou a carta, sorriu, e comentou com o neto:
- Estou escrevendo sobre você, é verdade. Entretanto, mais importante do que as palavras, é o lápis que estou usando. Gostaria que você fosse como ele, quando crescesse.
O menino olhou para o lápis, intrigado, e não viu nada de especial.
- Mas ele é igual a todos os lápis que vi em minha vida!
- Tudo depende do modo como você olha as coisas. Há cinco qualidades nele que, se você conseguir mantê-las, será sempre uma pessoa em paz com o mundo.
Primeira qualidade: você pode fazer grandes coisas, mas não deve esquecer nunca que existe uma mão que guia seus passos. Esta mão que podemos chamar de Deus, deve sempre conduzi-lo em direção à sua vontade.
Segunda: de vez em quando, eu preciso parar o que estou escrevendo, e usar o apontador. Isso faz com que o lápis sofra um pouco. Mas, no final, ele estará mais afiado. Portanto, saiba suportar algumas dores, porque elas o farão ser uma pessoa melhor.
Terceira: o lápis é companheiro da borracha para apagar o que estava errado. Entenda que corrigir uma coisa não é necessariamente algo ruim...
Quarta: o que realmente importa no lápis não é a madeira ou sua forma exterior, mas o grafite que está dentro. Portanto, sempre cuide daquilo que acontece dentro de você.
Quinta: o lápis sempre deixa uma marca...
Portanto, lembre-se: tudo o que você fizer na vida, irá deixar traços... Por isso, procure ser consciente de cada ação e que os seus desenhos sejam lindos!



sexta-feira, 3 de junho de 2011

domingo, 29 de maio de 2011

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Três!

Como tudo o que nos rodeia, o número da casa em que moramos ou temos nosso negócio exerce influência sobre nossa vida.
Assim, uma loja terá grandes possibilidades de ser bem-sucedida, se estiver sob a vibração do número 8, que está associado à eficiência e ao êxito.
Já uma instituição de caridade terá maior distinção se tiver o número 9, relacionado a ações de caráter beneficente e humanitário.
Para saber qual é a vibração de sua casa, basta somar os algarismo do número dela.
Por exemplo, numa casa de número 52, o número a ser considerado é o 7, resultante da soma 5+2. Caso a soma dos números vá além do 9, some-os novamente até obter uma unidade.
Se você morar em um prédio, considere não apenas o número dele, mas também o de seu apartamento. Desse, modo quem reside em um edifício de número 2091, apartamento 121, deve fazer a seguinte conta:
2+ 0 + 9 + 1 + 1 + 2 + 1 = 16 e 1 + 6 = 7.
Veja agora quais são as características de sua casa, de acordo com número dela.
1 É a casa dos líderes e dos pioneiros, ideal para quem desenvolve ativididades que exijam inicativa, independência e muita originalidade.
2  A diplomacia, o tato e a simplicidade estão associados a essa casa, que favorece as relações duradouras no ambiente familiar e profissional
3  Excelente para quem gosta de festas e acontecimentos sociais, essa casa atrai pessoas divertidas e de bom gosto, devido à sua vibração de alegria.
4 Essa é a casa das pessoas práticas e econômicas e que têm muita disposição para o trabalho.
5 Os moradores dessa casa estão sempre à volta com novidades e cercados de pessoas versáteis, dinâmicas e interessantes.
6 Relacionada à busca da segurança, essa casa favorece uma vida familiar harmoniosa e afetiva, plena de companheirismo.
7 Essa casa favorece as idéias, a educação e música e proporciona paz a seus habitantes.
8 Associada a bens materiais, essa casa favorece a eficiência no trabalho e nos negócios.
9 Essa casa atrai quem deseja viver de modo construtivo e servir à humanidade.

http://www.reporternet.jor.br/conheca-o-significado-do-numero-de-sua-casa/

Robert Kiyosaki said:



“The size of your success is measured by the strength of your desire; the size of your dream; and how you handle disappointment along the way.”


" Felicidade não se compra
Se constrói!"
 

domingo, 20 de março de 2011

É preciso arranjar um amante


Muitas pessoas têm um amante e outras gostariam de ter um. Há também as que não têm, e as que tinham e perderam.
Geralmente são essas últimas as que vêm ao meu consultório para me contar que estão tristes ou que apresentam sintomas típicos de insónia, apatia, pessimismo, crises de choro ou as mais diversas dores. Elas me contam que suas vidas transcorrem de forma monótona e sem perspectivas, que trabalham apenas para sobreviver e que não sabem como ocupar seu tempo livre. Enfim, são várias as maneiras que elas encontram para dizer que estão simplesmente perdendo a esperança.
Antes de me contarem tudo isto, elas já haviam visitado outros consultórios, onde receberam as condolências de um diagnóstico firme: "Depressão", além da inevitável receita do anti depressivo do momento. Assim, após escutá-las atentamente, eu lhes digo que elas não precisam de nenhum anti depressivo; digo-lhes que elas precisam de um AMANTE!
É impressionante ver a expressão dos olhos delas ao receberem meu conselho. Há as que pensam: "Como é possível que um profissional se atreva a sugerir uma coisa dessas?!" Há também as que, chocadas e escandalizadas, se despedem e não voltam nunca mais. Àquelas, porém, que decidem ficar e não fogem horrorizadas, eu explico o seguinte: AMANTE é "aquilo que nos apaixona". É o que toma conta do nosso pensamento antes de pegarmos no sono e é também aquilo que, às vezes, nos impede de dormir. O nosso AMANTE é aquilo que nos mantém distraídos em relação ao que acontece à nossa volta. É o que nos mostra o sentido e a motivação da vida.
Às vezes encontramos o nosso amante em nosso parceiro, outras, em alguém que não é nosso parceiro, mas que nos desperta as maiores paixões e sensações incríveis. Também podemos encontrá-lo na pesquisa científica ou na literatura, na música, na política, no desporto, no trabalho, na necessidade de transcender espiritualmente, na boa mesa, no estudo ou no prazer obsessivo do passatempo predilecto... Enfim, é "alguém" ou "algo" que nos faz "namorar" a vida e nos afasta do triste destino de "ir levando".
E o que é "ir levando"? Ir levando é ter medo de viver. É o vigiar a forma como os outros vivem, é o se deixar dominar pela pressão, deambular por consultórios médicos, tomar remédios multicoloridos, afastar-se do que é gratificante, observar decepcionado cada ruga nova que o espelho mostra, é se aborrecer com o calor ou com o frio, com a humidade, com o sol ou com a chuva.
Ir levando é adiar a possibilidade de desfrutar o hoje, fingindo-se contentar com a incerta e frágil ilusão de que talvez possamos realizar algo amanhã.
Por favor, não se contente com "ir levando"; procure um amante, seja também um amante e um protagonista da SUA VIDA... Acredite: o trágico não é morrer; afinal a morte tem boa memória e nunca se esqueceu de ninguém.
O trágico é desistir de viver; por isso, e sem mais delongas, procure um amante.
A psicologia, após estudar muito sobre o tema, descobriu algo transcendental:

"PARA SE ESTAR SATISFEITO, ACTIVO E SENTIR-SE JOVEM E FELIZ, É PRECISO NAMORAR A VIDA."

Jorge Bucay Publicada por Missanguita

Os rebentos do umbuzeiro - Jorge Bucay

 

 

Assim que entrei no consultório, o Jorge disse-me:
— Tenho uma história para te contar.
— Uma história? Porquê?
— Não sei, achei que te podia ajudar.
— Está bem — disse eu, confiando nele.
— Está bem — disse eu, confiando nele.

Era uma aldeia muito pequena.
Tão pequena que não figurava nos grandes mapas nacionais.
Tão pequena que tinha apenas uma praça diminuta e, na sua única praça, uma única árvore.
Mas as pessoas adoravam a sua aldeia, amavam a sua praça e a sua árvore: um enorme umbuzeiro que se encontrava precisamente no centro da praça. E também no centro da vida quotidiana dos habitantes da aldeia: todas as tardes por volta das sete, depois do trabalho, os homens e as mulheres da aldeia encontravam-se na praça, recém-lavados, penteados e vestidos, para dar duas voltinhas ao umbuzeiro.
Durante anos, os jovens, os pais dos jovens e os pais dos pais dos jovens cruzavam-se diariamente à sombra do umbuzeiro.
Ali se haviam fechado negócios importantes, se haviam tomado decisões relativas ao município, celebrado casamentos e recordado os mortos durante anos e anos.
Um dia, começou a acontecer uma coisa diferente e maravilhosa: numa raiz lateral, saído do nada, brotou um raminho verde com duas únicas folhas viradas para o sol.
Era um rebento. O primeiro rebento que o umbuzeiro dera, desde sempre.
Depois da comoção, criou-se um comité para organizar uma festa em honra daquele acontecimento.
Para espanto dos organizadores, nem toda a gente da aldeia acorreu à celebração. Havia quem achasse que o rebento traria complicações.
A verdade é que, uns dias depois de ter aparecido o primeiro rebento, começou a brotar outro. E, no espaço de um mês, mais de uma vintena de raminhos verdes tinham assomado das velhas raízes do umbuzeiro.
A alegria de uns e a indiferença de outros iam durar pouco.
O alerta foi dado pelo guarda da praça. Algo se passava com o velho umbuzeiro. As suas folhas estavam mais amarelas do que nunca, estavam frágeis e caíam facilmente. A cortiça do tronco, que outrora era carnuda e macia, ficara ressequida e quebradiça. O guardião fez o seu diagnóstico.
— O umbuzeiro está doente.
E talvez morresse.
Nessa tarde, durante o passeio vespertino, estalou a discussão. Alguns começaram a dizer que a culpa era dos rebentos. Os seus argumentos eram concretos: tudo estava bem antes de eles aparecerem.
Os defensores dos rebentos diziam que uma coisa não tinha nada a ver com a outra e que os rebentos asseguravam o futuro, se acontecesse alguma coisa ao umbuzeiro.
Expostas as diferentes opiniões, formaram-se dois grupos claramente antagónicos. Um que defendia o velho umbuzeiro, outro que defendia os novos rebentos.
Sem saber como, a discussão tornou-se cada vez mais calorosa e os dois grupos distanciaram-se cada vez mais. Chegada a noite, decidiram tratar o assunto na reunião municipal do dia seguinte, para acalmar os ânimos.
Mas os ânimos não se acalmaram. No dia seguinte, os Defensores do Umbuzeiro, como começaram a apelidar-se, disseram que a solução do problema era voltar atrás. Os rebentos estavam a tirar as forças ao velho umbuzeiro e a actuar como parasitas da árvore. Tinham, portanto, de destruir os rebentos. Os Defensores da Vida, como se havia baptizado o segundo grupo, escutaram alvoroçados, porque também eles se tinham reunido para encontrar uma solução. Tinham de arrancar o velho umbuzeiro, que na verdade já cumprira o seu ciclo. A única coisa que estava a fazer era atirar sal e água aos recém-nascidos. Além disso, era inútil defender o umbuzeiro porque, de qualquer forma, a velha árvore já estava praticamente morta.
A discussão terminou em briga e a briga em escaramuça, onde não faltaram gritos, insultos e pontapés. A polícia pôs fim à contenda, mandando toda a gente para casa.
Os Defensores do Umbuzeiro reuniram-se nessa noite e decidiram que a situação era desesperada, já que os seus estúpidos adversários não iam ouvir os seus argumentos e, como tal, decidiram agir. Armados com tesouras de podar, paus e picaretas, decidiram atacar: destruídos os rebentos, a situação a negociar seria diferente.
Chegaram à praça todos contentes.
Ao aproximarem-se da árvore, viram que um grupo de pessoas estava a empilhar toros à volta do umbuzeiro. Eram os Defensores da Vida, que planeavam lançar-lhe fogo.
Ambos os grupos de defensores embrenharam-se noutra discussão, mas desta vez as suas mãos estavam armadas de ódio, rancor e vontade de destruir.
Vários rebentos foram pisados e danificados durante a escaramuça.
O velho umbuzeiro também sofreu danos graves no tronco e nos ramos.
Mais de vinte defensores de ambos os bandos acabaram a noite internados no hospital, com feridas de maior ou menor gravidade.
Na manhã seguinte, a praça tinha um aspecto completamente diferente. Os Defensores do Umbuzeiro tinham levantado uma cerca à volta da árvore e guardavam-na permanentemente com quatro pessoas armadas.
Os Defensores da Vida, por seu lado, tinham cavado um fosso e instalado uma vedação de arame farpado à volta dos rebentos que restavam, a fim de repelir qualquer ataque.
No resto da aldeia, a situação também se tornara insustentável: cada grupo, determinado a conseguir mais apoio, politizara a situação e obrigava o resto dos habitantes a tomar uma posição. Quem defendia o umbuzeiro era inimigo dos Defensores da Vida e quem defendia os rebentos tinha, por conseguinte, de cultivar um ódio de morte pelos Defensores do Umbuzeiro.
Por fim, decidiu-se deixar a decisão ao juiz de paz — que cumpria também as funções de sacerdote da pequena igreja da aldeia — que deveria dar o seu veredicto no domingo seguinte.
Dividido o público por uma corda, os dois bandos agrediam-se verbalmente. A gritaria era terrível e ninguém se conseguia fazer ouvir.
De repente, abriu-se a porta e, pelo corredor, seguido pelo olhar de ambas as partes, avançou o Velho, apoiado na sua bengala.
O Velho, que devia ter mais de cem anos, fundara aquela aldeia na sua juventude, planificara as suas ruas, sorteara os lotes de terreno e, claro está, plantara a árvore.
O Velho era respeitado por todos e a sua palavra conservava a lucidez que o acompanhara durante toda a sua vida.
O ancião afastou os braços que se ofereciam para o ajudar e, com dificuldade, subiu ao palco e falou.

— Seus tontos! — disse. — Autoproclamam-se Defensores do Umbuzeiro, Defensores da Vida... Defensores? Vocês são incapazes de defender seja o que for, porque a vossa única intenção é prejudicar todos aqueles que pensarem de maneira diferente da vossa.

Não se apercebem do vosso erro e tanto uns como os outros estão equivocados.
O umbuzeiro não é uma pedra. É um ser vivo e, como tal, tem um ciclo de vida. Esse ciclo inclui dar vida aos que continuarão a sua missão. Isto é: inclui preparar os rebentos para fazer deles novos umbuzeiros.
Mas os rebentos, seus estúpidos, ainda mal são umbuzeiros. Por isso, não poderiam viver se o umbuzeiro morresse e a vida do umbuzeiro não teria sentido se não fosse capaz de transformar-se numa vida nova.
Preparem-se, Defensores da Vida. Treinem e armem-se. Em breve chegará a hora de deitar fogo à casa dos vossos pais com eles lá dentro. Porque em breve eles envelhecerão e começarão a estorvar o vosso caminho.
Preparem-se, Defensores do Umbuzeiro. Pratiquem com os rebentos. Devem estar preparados para pisar e matar os vossos filhos quando eles quiserem substituir-vos ou superar-vos.
E autoproclamam-se vocês «Defensores»!
Vocês só querem é destruir.
E não se apercebem de
que destruindo,
destruirão também,
inexoravelmente,
tudo aquilo que pretendem defender.
»Pensem!
Não vos resta muito tempo...


E dito isto, desceu lentamente do palco e caminhou para a porta, perante o silêncio de todos.

... E foi-se embora.

O Jorge ficou calado. Eu não consegui evitar que as lágrimas me caíssem dos olhos. Levantei-me e fui-me embora, em silêncio, cansado e com as ideias claras...

Havia tanto que fazer!

Jorge Bucay
Deixa-me que te conte
Cascais, Editora Pergaminho, 2004