domingo, 6 de novembro de 2011

Toujours un bon choix

Desabafos...

   O momento tem uma duração limitada no tempo. Tem um início e, fatalmente, acaba por ter um fim. O segredo está em aperceber-mo-nos, atempadamente, da sua existência para poder fruí-lo na sua complexidade.

    Nada é 100% coisa nenhuma, o espaço de tempo que constituí "o momento" contêm em si maiores ou menores idiossincracias que nos permitem, ou  não, reconhecê-lo como tal e aproveitar ao máximo as suas potencialidades. Claro que, como bons humanos que somos, a maior parte das vezes, estamos demasiado envolvidos/ocupados para conseguir ter essa percepção; resta-nos reconhecê-lo à posteriori ou desenvolver capacidades que nos permitam viver o momento: Carpe Diem!

   "Foi", "era", "não sei", palavras que tantas e tantas vezes nos assaltam quando, obrigados a parar, qualquer que seja a razão, nos encontramos frente a frente com o nosso EU.

   Tudo se resume ao conhecimento, melhor dizendo, ao desconhecimento! O encantamento vem das pequenas descobertas que vão sendo feitas, do levantar do véu... o desencantamento, esse, surge com as descobertas de fundo, morre com as intransigências do dia- a-dia, da estafada rotina que nos satura e tolda a visão outrora cor-de-rosa.

   O "para sempre" vai rapidamente envelhecendo, ficando cada vez mais intransigente e subitamente surge a gota de água... o champanhe transforma-se em vinho de mesa barato, azeda, vira vinagre; qual castelo de cartas frente a um espirro, tudo desaba como se nunca tivesse sequer existido. Por momentos assistimos ao entre-chocar das várias memórias construídas, salvados à deriva no nosso coração.

    Um dia a água baixa, vamos dar à praia: cobertos de areia, algas agarradas ao cabelo, salgados, empestados com o cheiro a maresia... mas a respirar, vivos... sobrevivos!

   Ponto de viragem!

   Levantar, sacudir a areia e descobrir o que nos rodeia?... / Permanecer como naufrago deitado no rebentamento das ondas?...


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quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Chove...

chove
e vão passando os dias, estupidamente desaproveitados, carregados de um cansaço que me obriga a nadar,  a boiar para evitar afogar-me e sucumbir ao desespero que é gostar mas não conseguir aceitar tudo; gostar mas ter de ser racional e perceber que merecendo mais não me posso contentar com menos... que não interessa a falta que me fazem os abraços envolventes, os beijos 
sentidos ou o ombro para chorar porque há quem não consiga dar mais, porque há quem não queira sequer perceber o que pode dar, quem não queira abdicar de nada para me ter...
olho por entre as lágrimas e percebo, ao fundo, ténue, muito ténue, um arco-íris!...