De repente
olho em volta e, sem me ter apercebido da passagem do tempo, o manto estrelado
desvanece-se; vagarosamente o sol começa a espreguiçar-se. A conspiração divina
parece ter agora decidido pôr-nos à prova. A luminosidade crescente revela aos
poucos cada uma das nossas (im)perfeições. É agora que teremos de dar provas
face à crua realidade; a erupção vulcânica de sentimentos amealhados ao longo
de séculos de reencarnações resistirá ao roçagar de cada um dos nossos passos
diários? Aquele ponto de luz, por cima do ombro esquerdo, manter-se-á aceso,
ou, por força das circunstâncias atmosféricas, desvanecer-se-á na luminosidade
crescente da crua realidade?...
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